Infantrilhos

Somos um grupo de amigos residentes no Infantado, concelho de Loures, unidos pela vontade e pela paixão da prática do BTT, desde 1996, em busca de momentos intensos de aventura, convívio e descoberta do melhor que a natureza nos tem para oferecer.

sábado, maio 26, 2007

Duatlo da Valada

13 de Maio de 2007
O grupo de participantes que se juntou na Manjoeira disposto a fazer o Duatlo organizado pelo Isidoro era surpreendentemente numeroso, tendo em conta as dificuldades que se previam…
70 Kms de trilhos acidentados seguidos de 10 Kms de canoagem e terminando com 60 Kms de pedal no asfalto, na verdade, são dados que fariam pensar duas vezes qualquer um…
Parte I: Manjoeira - Azambuja (praia fluvial)

No entanto, um grupo numeroso de 17 corajosos dispôs-se a “tratamento de choque”, arrancando logo pela manhãzinha em direcção à primeira dificuldade do dia (Monte Serves).
Quase sempre por trilho, passou-se por Pintéus e desceu-se o trilho que vai desembocar no Restaurante “Os Pneus”. Passou-se o Trancão e lá fomos nós, em amena cavaqueira, metendo metros lentamente… Após o Zambujal e em subida constante, ninguém parecia querer dar ar de fraquinho e o ritmo era razoável. Tive de me afastar do Paulo (o “graçolas” de Almada), pois indo a ouvi-lo, ou se sobe … ou se ri!! As duas coisas são completamente incompatíveis!! O gajo é mesmo um “prato” com uma constante boa disposição! E o Álvaro também ajuda muito à festa!
Na fase mais inclinada da ascensão o Álvaro (!), qual puro trepador, foi imprimindo um ritmo durinho que estilhaçou o grupo pela primeira vez! Parece andar com saudades de “sangue”…
Após o Cabeço da Rosa deu-se o reagrupamento e abastecimento na carrinha de apoio iniciando-se de imediato nova dificuldade (subida a Lameiro das Antas). Por trilhos originais, certamente da autoria dos 2 mais veteranos “lobos” da matilha (Isidoro e Evaristo) somaram-se algumas “paredes” por encostas vinhateiras, onde os elementos com menos técnica sentiram algumas dificuldades. Foi uma das primeiras vezes que me senti um tecnicista em cima da “burra”, tal era o “jeitinho” da concorrência!
Chegados a Arranhó, novo momento de pândega. Alguns companheiros demoraram mais tempo a chegar e quando nos preparávamos para arrancar eis que chega o Paulo: “Vão já embora?! Devem ‘tar a reinar comigo!! Passem-me é uma laranja!”. E quando alguém (Evaristo) insinuou que o gajo era muito fraquinho e estava a atrasar a malta, o brincalhão não se conteve e mandou a seguinte: “Se tivesses um hemorroidal como o meu estavas calado!! Isto até parece um limão!!”.
Ri-me à brava desta resposta. Este camarada é um verdadeiro espectáculo!
E lá se prosseguiu até Lameiro das Antas seguindo-se a longa e perigosa descida para Arruda dos Vinhos, onde houve uma divisão do grupo: os “cordeirinhos” seguiram por estrada directamente para Azambuja; ao invés, os “abutres”, ao farejarem o “SANGUE” que se adivinhava nas encostas escarpadas que se vislumbravam no horizonte, rumaram por trilho a uma aldeia com uma designação sugestiva… SERRA!!
Na rampa que precedia a aldeola, uns “venenosos” (Evaristo, Ricardo, Biker) fugiram, deixando o Isidoro “piurso” por ter ficado com os entravados! Lá se ia queixando que assim não valia e tal…
Em algumas descidas os 2 rapazes de verde e o Henrique mostravam as suas acrobacias enquanto os mais “ajuizados” iam tentando equilibrar-se e dar-lhes passagem.
Depressa se chegou a Alenquer, onde nos despedimos do Sousa e do Pirata que retornaram a Loures. O primeiro lá tinha de ir para o ofício; o segundo, depois de se ter fartado de me “picar”, lá deu a mão à palmatória. Desta vez não te pude dar troco (nem sabes o quanto me custou…), ou iria retornar à Manjoeira de corda ao pescoço, se é que me entendes… Mas, no próximo passeio, não perdoo!! Vais "espirrar sangue"… Vai-te preparando…
De “talega”, deixámos para trás Alenquer e logo nos primeiros quilómetros aconteceu o momento do Duatlo! O Isidoro, qual “tractor”, ao tentar passar um ribeiro a alta velocidade atascou numa poça que mais não era que um buracão transbordante de lodo!! O gajo ainda tentou sair depressa para fugir rapidamente aos olhares “trocistas” que já eram acompanhados por valentes gargalhadas, mas parecia colado à imundice chafurdando lama por tudo quanto era sítio!! O Evaristo fartou-se de reinar, pois há 15 dias tinham passado por ali e aquilo não tinha buraco algum.
Lá continuámos até Azambuja onde houve algumas picardias entre mim e o Ricardo (está muito enfezado…), nas últimas rampas.
Já no final e a rolar a mais de 30 contra o vento, o sprint a finalizar a primeira parte desta etapa consagrou o Evaristo, seguindo-se o Ricardo e o Álvaro (que afirmou ter sido surpreendido, pois pensava que ainda faltavam alguns quilómetros para o final).


Canoagem: Azambuja (praia fluvial) - Valada

Após o “almoço” montámos nas canoas e lá fomos "marinando"até Valada. O meu companheiro do remo (Abílio) também era um iniciado no assunto, pelo que depressa o nosso objectivo passou a resumir-se a ir apreciando as paisagens e a tentar … não acartar a âncora!! Quem parece ter delirado nessa façanha foram o Biker e o Nélson que dificilmente conseguiriam remar mais devagarinho…
Não sei como andaram os “ruins” lá na frente, mas ao que parece ainda houve picardia entre os duos Evaristo-Ricardo; Álvaro-Henrique; Isidoro (que ia a solo).
Parte II: Valada - Manjoeira

Na Valada, o Henrique agarrou-se à cruz para não mais a largar, metendo-se na carrinha de apoio. Diria eu que foi o primeiro crucificado do dia!
Iniciámos o retorno por asfalto e a uma velocidade de cruzeiro de 20/25 Kms/hr que, tendo em conta a forte ventania frontal, nem era muito mau. Quem não estava pelos ajustes era o Ricardo que, espicaçado pelo Isidoro, imprimiu um ritmo acima dos 35 que desfez por completo o pelotão! Na frente destacaram-se seis resistentes (Ricardo, Isidoro, Evaristo, Biker, Pinto, Álvaro), enquanto para trás ficaram todos os outros a ritmo “vegetal”.
Na Azambuja novo reagrupamento com o Ricardo a mostrar a consciência pesada (pois…). Depois os “maus” deixaram-se de piedades e não esperaram por mais ninguém! No grupo dos retardatários, lá fomos fazendo pela vida. Passaram-se Vila Nova da Raínha, Castanheira do Ribatejo, Vila Franca de Xira, Alhandra… Aqui, o Álvaro já ia “morto”! Eu, lá o ia “acompanhando”, vendo-o a arrastar penosamente a sua famosa âncora (ela não te larga, rapaz…)! Já à saída de Alhandra aguardava-nos a carrinha. Avisei-o de tal, mas o “cadáver” que me seguia não esboçou o mais pequeno assomo de felicidade… Mais um que acabou crucificado na carrinha vassoura!
Até Vialonga rolou-se em grupo compacto.
Na aproximação ao Tojal as “feras” começaram a posicionar-se… O Isidoro saltou do grupo para tentar uma chegada isolado, mas caçámo-lo no início da subida para a Manjoeira. O Evaristo “encostou” ficando a carnificina entregue a quatro (Isidoro, Biker, Pinto, Ricardo). Antes que o último começasse com ideias dei uma sacudidela… O gajo abriu e eu … não me fiz rogado! Vai disto até lá cima. Fiquei admirado de ainda ter forças para imprimir um ritmo "forte" e não ser visitado pelas minhas “amigas”! Depois chegou o Biker com muito bom aspecto!! O restante pessoal foi chegando a conta-gotas. O Ricardo e o Isidoro ainda vieram com a ladaínha do costume … que não era por ali … que era por outro sítio … peka-peka … peka-peka … Bom... ´Tão a ver? O costume!!
Para acabar em beleza lá fomos petiscar num cafezinho lá da vizinhança, onde o grande Álvaro não dispensa um lugar na vanguarda do pelotão!
Que grande Duatlo, amigo Isidoro!! Excelentes momentos de lazer e convívio!!

Neste Duatlo participaram:
Isidoro (o organizador), Evaristo (o estoiro do costume…), Ricardo (faltaram-lhe as pilhas no final?...), Biker (um deja-vu do passeio da Manjoeira! Regressado em grande!), Pinto (não acabou de corda ao pescoço, mas não estraçalhou o Pirata…), Álvaro (em grande até ao estoiro final! Fiquei a saber que um “cadáver” também consegue pedalar!), Henrique (não queiras a cruz só para ti! Partilha!), Pirata (vais pagá-las…), Sousa (fugiu…), Paulo (o do hemorroidal) e mais uma catre fada de entravados.

Dados:
Manjoeira - Azambuja (praia fluvial): 68,760 Kms; 15,89 Kms/Hr; 1.283 mts de ascensão acumulada.
Azambuja (praia fluvial) - Valada: 10 Kms
Valada - Manjoeira: 57,290 Kms; 20,43 Kms/Hr; 216 mts de ascensão acumulada.
- Redigido por Gonçalo Pinto