Infantrilhos

Somos um grupo de amigos residentes no Infantado, concelho de Loures, unidos pela vontade e pela paixão da prática do BTT, desde 1996, em busca de momentos intensos de aventura, convívio e descoberta do melhor que a natureza nos tem para oferecer.

segunda-feira, maio 22, 2006

O Giro da Toupeira

No Nanni, logo pela manhãzinha, estava refastelado o Fantasma, com indumentária “formal”. Mas, quem estivesse mais atento, notaria que por baixo trazia a roupa de btt. A bicicleta estaria escondida algures.
Observava, com atenção, a “ruindade” que ia “chegando”, para fazer “contas à vida”. Com o passar dos minutos foi empalidecendo e quando se começou a falar de Montemor, ficou sem cor… E no infeliz momento em que alguém proferiu a palavra “… Socorro …”, quase se engasgou e não conseguiu conter uma lágrima…
E depois lá tomou a decisão mais sensata: “Vou andar amanhã, com uns “fraquinhos” com o meu andamento…”
Também há quem afie o dente por aqui…
Mas, não tenhas medo…
Quando apareceres … sou eu a escolher os trilhos…

Quem chegava não parecia estar pelos ajustes de enfrentar novo Roteiro Feminino, pelo que se decidiu “girar” para Belas. “Deixaram-me” escolher a opção para atacar Montemor … mas, não voltarão a repetir o mesmo erro…
Atacou-se a primeira dificuldade pela pior vertente (im)possível! Uma “parede longa” com cerca de 15% de inclinação média e alguns pontos a 20. E um piso com muita pedra! Tão complicado, como divertido…
No topo, ninguém se queixava do habitual “frio” matinal. Contudo, foi notório que o Biker, o Álvaro e o Pedro não acharam muita piada à “gracinha”, logo no início do passeio…

Seguiu-se em direcção a Belas, em bom ritmo ou não fosse o Hugo a conduzir o “comboio”.
Fizemos umas curtas rampas cheias de calhaus onde todos diziam “Ai o Blog… Ai o Blog…”, mas todos meteram, em algum momento, o pezinho no chão. E deu para descobrir que a roda da frente também serve para empurrar calhaus…
Mais à frente, alguém se armou em “toupeira” metendo-se num túnel interminável…
Lá dentro, o objectivo era apontar a roda dianteira àquela luzinha que se via ao fundo do túnel. Atrás do vulto do L-Glutamina, ia-me rindo do seu ziguezaguear, esperando a qualquer momento que se “chapasse” mesmo nas minhas barbas…
Como castigo divino, fui eu que experimentei a textura do “tubo”…

Perto do campo de Golf, numa descida cheia de regos e quando acartava a famosa cruz do nosso peregrino Sousa, vejo o da âncora a meter o “canhão” dentro de um deles … e a sair disparado para um enorme ervado! O gajo, parecia que ia “poisar” em pé, mas mandou um artístico bate-cu para dentro de um enorme buraco… Era tal a dimensão do dito, que ele enfiou-se lá dentro com a âncora e tudo… Não consegui deixar de soltar uma valente gargalhada, ao ouvir o gajo a implorar: “Ajuda-me a sair daqui…”.
Do trilho só se viam os pés no ar… Não sei como são as minhas, mas esta queda foi das mais cómicas que já vi! O grande “artista” até parecia que estava a escolher o melhor sítio para se “sentar”!

Continuamos a andar, partilhando a descoberta pelo Álvaro do décimo nono buraco do campo de golf com os restantes elementos.
O Hugo conduziu-nos a uma longa subida, onde o Álvaro utilizou a sua já famosa “táctica do prego”… Depois, confrontado com uma bifurcação, preferiu o trilho do Hugo ao meu!! Boa opção, rapazinho… o meu era mais curtinho… mas tinha uma “gracinha” daquelas… (…já não consigo enganar ninguém…)

Aqui, iniciamos o retorno ao Infantado, pelos mesmos trilhos por onde se tinha vindo. Ainda deu para o Ricardo ter um furo, perto de Vale de Nogueira. No final, em Montemor, meti-me na cabeça do grupo numa descida muito técnica, indo o tempo todo a ouvir o Biker a “sarnar-me” o juízo (“… metes-te aí nesse trilho manhoso … e tal … que vais devagar … sai da frente … só estorvas …”), mas numa curva, o gajo fez batotice, pois continuou no trilho!! Eu ia a “conduzir”, portanto, se me meti nas “couves” … era para toda a gente ir por ali …
Ninguém me compreende…

Já em Loures, tornou-se evidente que ia haver sprint final!! Eu, para tirar notas para o Blog … e para dar hipótese a outros elementos … (ou só uma delas) … deixei-me ficar um pouco para trás…
A disputa era entre cinco elementos: O Biker, o Hugo, o Isidoro, o Álvaro …. e a âncora. Não sei bem quem ganhou, mas o recurso ao foto-finish deve dar a vitória ao Hugo … ou à âncora… pois os outros três não suportaram o ritmo.

Foi mais uma manhã bem passada, com aproximadamente 41 Kms a 13 de média e 910 mts de desnível de subidas acumulado.

Neste giro participaram as seguintes Toupeiras: L-Glutamina, Pedro, Ricardo, Pintainho, Isidoro, Biker, Álvaro, Hugo.

Notas:
1- Os meus parabéns ao Paulo Sousa que se livrou da Cruz por razões a congratular.
2- O L-Glutamina já não precisa de rodinhas auxiliares na bicicleta! Pela primeira vez o vi ultrapassar inúmeras dificuldades com distinção! O urânio terá influência, certamente…
3- O Pedro anda louco com a altimetria!! Para ele não existem voltas com menos de mil de acumulado… No final queria subir… Montemor!!!
4- O Ricardo … anda a precisar das rodinhas auxiliares do L-Glutamina…
5- O Isidoro … anda muito fraquinho!
6- O Biker tirou uma folguinha das “limpezas de trilhos” (com os joelhos) que tem feito ultimamente…
7- O Álvaro … anda com dificuldades em arranjar desculpas novas!! E esses constantes furos nas subidas… Huuummmmmm…
8- O Hugo … tem de deixar de ter pavor das subidas, escolhendo trilhos para homens de barba rija!! Na escala dos Roteiros, este giro seria Infantil!! Se não te metes a pau, o Pedro torce-te o pescoço…

Pintainho 20/05/2006

5 Comments:

At 10:09 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Depois de ler a bela crónica desta semana, tenho de dizer algumas coisas para memória futura e para repor a verdade histórica.
1 - È importante referir que o relato desta ida a Belas é feito por uma ave, que teve uma perspectiva lá bem das traseiras, ou seja muitooooo longínqua da cabeça do pelotão, que diga-se de foi muito bem comandando pelo grande Hugo, acompanhado bem de perto pelo Isidoro e pela minha pessoa claro, heheheh.
2 - Espero que o Hugo venha a este espaço dizer de sua justiça, penso que ele também deve ter uma palavra a dizer, pois o Pintainho ao contrário daquilo que é habitual andou muito lá atrás, com a desculpa que tinha de escrever a crónica.
3 - Para além das quedas que não tive o prazer* de ver, o furo do Álvaro que o Hugo teve de reparar e o engano no caminho no caminho do Álvaro (que nem é habitual acontecer), achei uma situação super divertida, que seguidamente vou contar.
Já no regresso e ao chegar perto de Montemor, iniciou-se a descida em direcção ao Palácio do Correio-Mor, é nesse preciso momento que o Pintainho, sobejamente conhecido pela sua “vertiginosa velocidade” e “destreza” nas descidas, nomeadamente nas técnicas, gritou vamos por aqui é uma descida difícil e muito técnica. Até aqui tudo bem mas o meu maior espanto foi quando ele destemido e enchendo o peito de ar, iniciou a descida na frente do pelotão provocando assim um enorme engarrafamento com algumas “centenas” de betetistas atrás de si, sendo apenas a situação resolvida com a sua ida à horta ou melhor ao mato hehehehehe, desbloqueando assim a passagem dos restantes elementos. Espero ter relatado com alguma clareza, este episódio super divertido hehehehehe, ficando é espera de uma resposta à altura por parte do Pintainho.
*Prazer dado que não tiveram qualquer tipo de consequência ou mazela física, para além do famoso ai!! o blog!!!!!!!

 
At 10:50 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Desde já as minhas desculpas por me intrometer nesta saudável troca de galhardetes, mas gostaria de citar aqui algumas frases do nosso redactor:
"Atacou-se a primeira dificuldade pela pior vertente (im)possível! Uma “parede longa” com cerca de 15% de inclinação média e alguns pontos a 20. E um piso com muita pedra! Tão complicado, como divertido…"
Com isto quero informar, uma vez que não está referido na crónica, que vi uma pessoa apenas a colocar o pé no chão na referida subida. O que me causa uma certa estranheza é que não existe qualquer menção a esse facto. O que será feito da imparcialidade jornalística?

Um abraço a todos e até Sábado.

P.S. - Realmente tinha dado jeito umas rodinhas auxiliares. Ou então um motor...

 
At 10:55 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Ponham pedras na mochila desse pardalito urbano. Ainda vos hei-de ver com arnés(?), cordas e mosquetões e botas de cravar. Chiça!

 
At 12:15 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Camarada Biker. Estava todo contente a ler o teu comentário, mas não consigo ir além de “…1 - È importante referir que o relato desta ida a Belas é feito por uma ave, que teve uma perspectiva…”. Sempre que chego a este ponto de leitura fico todo embevecido e não consigo ler mais nada!! Fico mesmo feliz por dizeres que tive uma perspectiva!! Obrigadinho pelo elogio. Quando conseguir ler um pouco mais, sem que as lágrimas de comoção me assaltem, comentarei o resto… Mas, até aqui, estou a adorar!

Grande Ricardo!! Bem-vindo ao local de “carnificina” semanal!
Nessa rampa de que falas, até tive o cuidado de parar, para tirar umas notas de redacção, mas … não vi ninguém com o pé no chão!!!
Escrevinha isso aqui. Tou curioso!! Quem foi o gajo? Quem foi?

‘Tou a ver que o companheiro Borges vem com ideias das Terras do Tio Sam!! Esses utensílios contam para o Handicap??

 
At 12:42 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Não posso deixar de fazer um pequeno comentário a este passeio, onde aconteceram episódios que merecem relevo.
No inicio da famosa subida de Montemor quase fui abalroado pelo “grande” Isidoro, o que desde logo fez com que eu ficasse com um significativo atraso em relação ao pelotão. No entanto, não posso deixar de salientar o facto de ter feito a subida toda, sem colocar um pé no chão e além disso ter efectuado uma magnifica recuperação, tendo chegado ao cimo da dita apenas a escassos centímetros do Biker. Simplesmente notável para quem carrega uma âncora demasiado pesada. Há quem diga que é mais pesada do que a do novíssimo “Freedom of the sea”. Não há maneira de passar a âncora a outro!
A passagem pelo túnel foi uma verdadeira maravilha, deu para ouvir a famosa “cruz” a roçar nas paredes do dito. Alguém que a carregava lá atrás, em substituição do “peregrino”, e que pesada devia de estar, pois fazia um barulho ensurdecedor (ratátá ratátá ratátá).
No final já sem âncora, em virtude, de a ter emprestado temporariamente ao Pedro (o comando), este necessitava de lastro para cumprir o desnível acumulado de 1000m, ainda só tínhamos 906m, e se fosse sem âncora ainda faria alguns 2000m, ultrapassando demasiado o nosso valor. Assim, lá se fez mais uma vez ao “inferno de montemor”, a âncora servia para assustar o diabo... Enquanto eu brilhava ou tentava brilhar no sprint final, não fossem alguns contratempos de última hora e teria mesmo chegado à frente do Hugo.
Isto está a melhorar... sem dúvida!

Um Abraço,

Álvaro Vieira

 

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