Infantrilhos

Somos um grupo de amigos residentes no Infantado, concelho de Loures, unidos pela vontade e pela paixão da prática do BTT, desde 1996, em busca de momentos intensos de aventura, convívio e descoberta do melhor que a natureza nos tem para oferecer.

sábado, maio 26, 2007

Serra de Montejunto - Na Rota do Moinho

19 de Maio de 2007
A Crónica
A “coisa” prevista era demolidora. Estava com ideias de conduzir o companheiro Isidoro aos “muros” de Bolores (pelo Bocal) e das Sardinhas (por Chamutos), para experimentarmos as agruras das inclinações de trintena…
Contudo, já no Nanni e enquanto íamos conversando com o Fantasma que se preparava para ir subir as escadinhas de Mafra no dia seguinte, aparece o Pedro Marques com um programa original e irrecusável… Atacar o Alto de Montejunto!
Nem foi preciso propor duas vezes, pois eu e o Isidoro metemo-nos logo em “bolandas” para organizar a logística. Para completar aparece também um quarto mosqueteiro, artilhado da âncora… ‘Tão a ver?!... Pois. Esse mesmo!

Seguimos de viatura até à Ereira de onde partimos à conquista da Igreja de Nª Srª Das Neves, acima dos 650 mts.
Partindo dos 323 mts de altitude, onde faz um frio húmido e um espesso nevoeiro, vamos descendo lentamente de cota até Vila Verde dos Francos. Claro ficou que, no final da volta, havia de existir “gasolina” para ascender à cota de partida…
Em Vila Verde subimos um morro onde estão erigidos alguns moinhos (infelizmente, num estado lastimoso…) e vamos apreciando a paisagem que se vai abrindo por entre o nevoeiro, que a baixa altitude é pouco cerrado. Depois dirigimo-nos ao Convento da Visitação, onde os meus veteranos companheiros (todos “matreiros” quarentões!!) mandam umas graçolas acerca de freiras. Como castigo “divino” surge uma “parede” tremenda que nos obriga a parar com as piadolas…
Após tornearmos alguns moinhos interceptamos a (magnífica) estrada proveniente do Avenal. O Isidoro fica impressionado com a visão das últimas rampas e com a minha descrição do tormento que é transpô-las… Contudo, fiquei com a ideia de que, mais tarde ou mais cedo, vai querer acompanhar-me de “estradeira” e experimentar as agruras desta rampa demolidora, quanto a mim sem igual no distrito de Lisboa (talvez até em toda a Estremadura…).
Sempre por alcatrão e em direcção ao cume, o Álvaro passa um mau bocado e cospe umas cenas “efervescentes” que deixariam desconfiado o mais distraído colaborador do CNAD… Mas, lá se recompôs e a “coisa” continuou.
Ao passarmos a placa indicadora do Concelho do Cadaval metemos de novo por trilho. O Isidoro, bem ao seu estilo, não deixou os seus reconhecidos créditos por pedais alheios e apregoando “É por aqui! Eu conheço!” leva-nos para um caminho de cabras manhoso cheio de pedras, onde se anda mais do que se pedala. O Pedro, já meio “passado” devido á “longa” caminhada, inverte o sentido e, acompanhado por mim e pelo Álvaro, retorna ao asfalto. O Isidoro continua pelo monte … a solo!!
Novamente no alcatrão, lá vamos os 3 subindo até à Igreja de Nª Srª das Neves, onde encontramos um Isidoro impaciente, garantindo que já por ali anda há mais de 20 minutos!
Depois, descemos ao quartel e enfiamos trilho abaixo em direcção a Abrigada, guiados pelo GPS do Pedro. Mas… subitamente o trilho fica “fechado” e temos de continuar, meio a pé meio a pedalar, por um caminho pedestre que leva ao sopé desta vertente. (O Pedro mandou aqui uma queda, mas não vou redigir nada sobre isso para não o atormentar caso venha aqui ler estes rabiscos…)
Chegados à Casa do Guarda Florestal (Abrigada) viramos a estibordo. O estradão onde pedalamos tem alguns “repechos” duros até alcançarmos o Abrigo de Cabanas de Torres, após o qual descemos à povoação onde paramos no café, por súplica do Álvaro…
De novo montados, vamos subindo umas crista calcária onde existem muitos moinhos estando um deles em excelente estado de conservação e … a funcionar!! Somos muito bem recebidos pelos “moleiros” lá do burgo, que nos guiam numa visita ao interior do moinho, explicando-nos todos os pormenores. Eu, como “adorador” de moinhos e azenhas, nunca me canso de ouvir as explicações de quem sabe da “poda”, enriquecendo a minha cultura sobre o património e os costumes dos nossos antepassados.
Depois, chegamos a Vila Verde dos Francos, oriundos de umas veredas com vinhas onde quase mandava um mergulho num ribeiro. Não aconteceu o mergulho, para desgosto dos meus companheiros (o Isidoro então, já preparava a gargalhada vingativa do "Momento do Duatlo"…), mas, para o evitar, fiz uma entorse no joelho esquerdo (o que tem lesões ligamentares).
Após o povoado e em direcção ao “tormento” final, vamos andando às “apalpadelas”, de engano em engano, até conseguirmos dar com o trilho correcto que nos leva à Ereira. Aqui, o Pedro ainda conseguiu atolar o “barco” numa piscina abastecida à base de resíduos de pocilga… Buuuhhhh…. Mantém-te ao longe…
Para acabar em grande, uma farta jantarada de “tiras da Póvoa” que caíram que nem ginjas… Assim, vale mesmo a pena ir pedalar!!

Os 4 Mosqueteiros na Serra de Montejunto: Porthos, o que leva “tudo” à frente (Isidoro Silva); Athos, o guia destemido (Pedro Marques); Aramis, o das piadas e graçolas (Álvaro Vieira); D’Arttagnan, o trintão irreverente (Gonçalo Pinto).
Mais um passeio muito interessante e enriquecido no aspecto cultural. A minha homenagem aos 3 quarentões que me fizeram companhia pela sua boa disposição, camaradagem e jovialidade. Que venham (muitos) mais giros como este.

Dados: 50 Kms; 11,4 Kms/Hr de velocidade média; 1.500 mts de ascensão acumulada; 652 mts de altitude máxima.
- Redigido por Gonçalo Pinto

Duatlo da Valada

13 de Maio de 2007
O grupo de participantes que se juntou na Manjoeira disposto a fazer o Duatlo organizado pelo Isidoro era surpreendentemente numeroso, tendo em conta as dificuldades que se previam…
70 Kms de trilhos acidentados seguidos de 10 Kms de canoagem e terminando com 60 Kms de pedal no asfalto, na verdade, são dados que fariam pensar duas vezes qualquer um…
Parte I: Manjoeira - Azambuja (praia fluvial)

No entanto, um grupo numeroso de 17 corajosos dispôs-se a “tratamento de choque”, arrancando logo pela manhãzinha em direcção à primeira dificuldade do dia (Monte Serves).
Quase sempre por trilho, passou-se por Pintéus e desceu-se o trilho que vai desembocar no Restaurante “Os Pneus”. Passou-se o Trancão e lá fomos nós, em amena cavaqueira, metendo metros lentamente… Após o Zambujal e em subida constante, ninguém parecia querer dar ar de fraquinho e o ritmo era razoável. Tive de me afastar do Paulo (o “graçolas” de Almada), pois indo a ouvi-lo, ou se sobe … ou se ri!! As duas coisas são completamente incompatíveis!! O gajo é mesmo um “prato” com uma constante boa disposição! E o Álvaro também ajuda muito à festa!
Na fase mais inclinada da ascensão o Álvaro (!), qual puro trepador, foi imprimindo um ritmo durinho que estilhaçou o grupo pela primeira vez! Parece andar com saudades de “sangue”…
Após o Cabeço da Rosa deu-se o reagrupamento e abastecimento na carrinha de apoio iniciando-se de imediato nova dificuldade (subida a Lameiro das Antas). Por trilhos originais, certamente da autoria dos 2 mais veteranos “lobos” da matilha (Isidoro e Evaristo) somaram-se algumas “paredes” por encostas vinhateiras, onde os elementos com menos técnica sentiram algumas dificuldades. Foi uma das primeiras vezes que me senti um tecnicista em cima da “burra”, tal era o “jeitinho” da concorrência!
Chegados a Arranhó, novo momento de pândega. Alguns companheiros demoraram mais tempo a chegar e quando nos preparávamos para arrancar eis que chega o Paulo: “Vão já embora?! Devem ‘tar a reinar comigo!! Passem-me é uma laranja!”. E quando alguém (Evaristo) insinuou que o gajo era muito fraquinho e estava a atrasar a malta, o brincalhão não se conteve e mandou a seguinte: “Se tivesses um hemorroidal como o meu estavas calado!! Isto até parece um limão!!”.
Ri-me à brava desta resposta. Este camarada é um verdadeiro espectáculo!
E lá se prosseguiu até Lameiro das Antas seguindo-se a longa e perigosa descida para Arruda dos Vinhos, onde houve uma divisão do grupo: os “cordeirinhos” seguiram por estrada directamente para Azambuja; ao invés, os “abutres”, ao farejarem o “SANGUE” que se adivinhava nas encostas escarpadas que se vislumbravam no horizonte, rumaram por trilho a uma aldeia com uma designação sugestiva… SERRA!!
Na rampa que precedia a aldeola, uns “venenosos” (Evaristo, Ricardo, Biker) fugiram, deixando o Isidoro “piurso” por ter ficado com os entravados! Lá se ia queixando que assim não valia e tal…
Em algumas descidas os 2 rapazes de verde e o Henrique mostravam as suas acrobacias enquanto os mais “ajuizados” iam tentando equilibrar-se e dar-lhes passagem.
Depressa se chegou a Alenquer, onde nos despedimos do Sousa e do Pirata que retornaram a Loures. O primeiro lá tinha de ir para o ofício; o segundo, depois de se ter fartado de me “picar”, lá deu a mão à palmatória. Desta vez não te pude dar troco (nem sabes o quanto me custou…), ou iria retornar à Manjoeira de corda ao pescoço, se é que me entendes… Mas, no próximo passeio, não perdoo!! Vais "espirrar sangue"… Vai-te preparando…
De “talega”, deixámos para trás Alenquer e logo nos primeiros quilómetros aconteceu o momento do Duatlo! O Isidoro, qual “tractor”, ao tentar passar um ribeiro a alta velocidade atascou numa poça que mais não era que um buracão transbordante de lodo!! O gajo ainda tentou sair depressa para fugir rapidamente aos olhares “trocistas” que já eram acompanhados por valentes gargalhadas, mas parecia colado à imundice chafurdando lama por tudo quanto era sítio!! O Evaristo fartou-se de reinar, pois há 15 dias tinham passado por ali e aquilo não tinha buraco algum.
Lá continuámos até Azambuja onde houve algumas picardias entre mim e o Ricardo (está muito enfezado…), nas últimas rampas.
Já no final e a rolar a mais de 30 contra o vento, o sprint a finalizar a primeira parte desta etapa consagrou o Evaristo, seguindo-se o Ricardo e o Álvaro (que afirmou ter sido surpreendido, pois pensava que ainda faltavam alguns quilómetros para o final).


Canoagem: Azambuja (praia fluvial) - Valada

Após o “almoço” montámos nas canoas e lá fomos "marinando"até Valada. O meu companheiro do remo (Abílio) também era um iniciado no assunto, pelo que depressa o nosso objectivo passou a resumir-se a ir apreciando as paisagens e a tentar … não acartar a âncora!! Quem parece ter delirado nessa façanha foram o Biker e o Nélson que dificilmente conseguiriam remar mais devagarinho…
Não sei como andaram os “ruins” lá na frente, mas ao que parece ainda houve picardia entre os duos Evaristo-Ricardo; Álvaro-Henrique; Isidoro (que ia a solo).
Parte II: Valada - Manjoeira

Na Valada, o Henrique agarrou-se à cruz para não mais a largar, metendo-se na carrinha de apoio. Diria eu que foi o primeiro crucificado do dia!
Iniciámos o retorno por asfalto e a uma velocidade de cruzeiro de 20/25 Kms/hr que, tendo em conta a forte ventania frontal, nem era muito mau. Quem não estava pelos ajustes era o Ricardo que, espicaçado pelo Isidoro, imprimiu um ritmo acima dos 35 que desfez por completo o pelotão! Na frente destacaram-se seis resistentes (Ricardo, Isidoro, Evaristo, Biker, Pinto, Álvaro), enquanto para trás ficaram todos os outros a ritmo “vegetal”.
Na Azambuja novo reagrupamento com o Ricardo a mostrar a consciência pesada (pois…). Depois os “maus” deixaram-se de piedades e não esperaram por mais ninguém! No grupo dos retardatários, lá fomos fazendo pela vida. Passaram-se Vila Nova da Raínha, Castanheira do Ribatejo, Vila Franca de Xira, Alhandra… Aqui, o Álvaro já ia “morto”! Eu, lá o ia “acompanhando”, vendo-o a arrastar penosamente a sua famosa âncora (ela não te larga, rapaz…)! Já à saída de Alhandra aguardava-nos a carrinha. Avisei-o de tal, mas o “cadáver” que me seguia não esboçou o mais pequeno assomo de felicidade… Mais um que acabou crucificado na carrinha vassoura!
Até Vialonga rolou-se em grupo compacto.
Na aproximação ao Tojal as “feras” começaram a posicionar-se… O Isidoro saltou do grupo para tentar uma chegada isolado, mas caçámo-lo no início da subida para a Manjoeira. O Evaristo “encostou” ficando a carnificina entregue a quatro (Isidoro, Biker, Pinto, Ricardo). Antes que o último começasse com ideias dei uma sacudidela… O gajo abriu e eu … não me fiz rogado! Vai disto até lá cima. Fiquei admirado de ainda ter forças para imprimir um ritmo "forte" e não ser visitado pelas minhas “amigas”! Depois chegou o Biker com muito bom aspecto!! O restante pessoal foi chegando a conta-gotas. O Ricardo e o Isidoro ainda vieram com a ladaínha do costume … que não era por ali … que era por outro sítio … peka-peka … peka-peka … Bom... ´Tão a ver? O costume!!
Para acabar em beleza lá fomos petiscar num cafezinho lá da vizinhança, onde o grande Álvaro não dispensa um lugar na vanguarda do pelotão!
Que grande Duatlo, amigo Isidoro!! Excelentes momentos de lazer e convívio!!

Neste Duatlo participaram:
Isidoro (o organizador), Evaristo (o estoiro do costume…), Ricardo (faltaram-lhe as pilhas no final?...), Biker (um deja-vu do passeio da Manjoeira! Regressado em grande!), Pinto (não acabou de corda ao pescoço, mas não estraçalhou o Pirata…), Álvaro (em grande até ao estoiro final! Fiquei a saber que um “cadáver” também consegue pedalar!), Henrique (não queiras a cruz só para ti! Partilha!), Pirata (vais pagá-las…), Sousa (fugiu…), Paulo (o do hemorroidal) e mais uma catre fada de entravados.

Dados:
Manjoeira - Azambuja (praia fluvial): 68,760 Kms; 15,89 Kms/Hr; 1.283 mts de ascensão acumulada.
Azambuja (praia fluvial) - Valada: 10 Kms
Valada - Manjoeira: 57,290 Kms; 20,43 Kms/Hr; 216 mts de ascensão acumulada.
- Redigido por Gonçalo Pinto

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Peregrinação à Serra do Socorro – 13 de Janeiro de 2007

O dia amanheceu frio, mas o “aquecimento” estava anunciado… Hoje era dia de Peregrinação à Serra do Socorro.
A conversa estava animada, ainda digeríamos o cafezinho matinal. Todos falavam da cruz e da âncora e em como não queriam ser premiados com nenhum dos “prémios”, na escalada à capela, no topo da serra. Resquícios da crónica redigida, após uns “copos”, aquando da última peregrinação. A coisa “pegou” e a âncora e a cruz não mais foram esquecidas, sendo propaladas em todos os Giros e ainda mais quando se fala no Socorro.
A volta começou suave e “poluente”, pois, talvez com receio de faltarem argumentos aquando da “luta” para fugir aos dois “artefactos”, a maioria decidiu que se iria por asfalto até Lousa, para evitar o precoce “aquecimento” que a subida ao Cabeço de Montachique proporcionaria. Claro está, que eu preferia ter ido pelo Cabeço, pois estou sempre a pensar na saúde dos meus companheiros (e a tratar-lhes dela, também…). Mas, como era voz isolada, lá fui dando aos pedais, qual “calmeirão do asfalto”…
Ao olharmos o topo das Salemas, cá de baixo, ainda se comentou a aventura que ninguém esqueceu, num passeio de “boa” memória, no qual o Isidoro mostrou o quão bem sabe escolher trilhos… Aprendi, então, que pedalar a rir custa quase tanto como trepar uma “parede”! E o Isidoro, eufórico, olhando o penhasco, ainda nos dizia: “Vêem! Aquilo afinal não é assim tão mau! Temos de voltar lá!”. Pois… É que é já amanhã…
Em Lousa, metemos por trilho via Póvoa da Galega. Deu para ver que já havia “poupança de pernas” na primeira subida do dia… No topo, decido iniciar a descida na vanguarda do quinteto! Aí vou eu… Vislumbro um buraco pequenito, lá ao fundo, no trilho que escolhi… Já mais perto, o buraco já não me parece assim tão pequeno… Quando estou “em cima” do “gajo”, verifico que é uma autêntica “cratera”! E nesse momento … aconteceu uma de 3 hipóteses:
1 - … só me lembro de que, ao abrir os olhos, de costas, estatelado nos “legumes” circundantes, observo o sol e os meus companheiros a passarem por mim, um a um;
2 - … faço 3 cavalinhos e uma égua, rodando o corpo sobre o quadro, saindo num magnífico mortal encarpado e deitando-me no chão a ver os meus companheiros a aplaudirem tão incrível pirueta;
3 - … desmonto da bicicleta e deito-me no chão, avisando os meus companheiros que está ali um buracão enorme e que é aconselhável ir por outro local.
Quem costuma pedalar comigo e sabe da minha enorme destreza no domínio da bicicleta, qual trapezista, não terá dúvidas sobre qual das hipóteses é a verídica. Quanto aos outros, ficarão na eterna dúvida…
Após passarmos pela Póvoa da Galega, vamos “batendo” o terreno, um pouco “às cegas”, até avistarmos Jerumelo. Daqui, já se observa bem o pico que nos aguarda… Não há que enganar…
Talvez, por coincidência, o Pedro “arranja” um furo na roda dianteira e paramos uns minutos. Eu e o Isidoro vamo-nos divertindo a subir e descer um curto “muro” apetitoso, ali nas redondezas, perante o olhar esbugalhado de um residente lá da tribo…
Depois de resolvidos os problemas, “arranjados” para respirar, descemos “a pique” até ao Torreal e subimos a rampa por entre as casas da aldeia. No planalto, sempre com vista para o Pico do Socorro, podemos esticar a visão pelo horizonte… Bonitas paisagens. Pena não haver máquina fotográfica.
Neste ponto as conversas incidem sobre qual a vertente a subir, se vale mesmo a pena subir, que só somos 5 e é mais complicado “escapar” à cruz e à âncora…
Na “ribanceira” para São Sebastião, quase todos conseguiram descer montados, mas eu vi um que não o fez…
Subitamente, dá-se um início de motim, com alguns fraquinhos a quererem “fugir com o rabo à seringa”, mas prevalece o espírito “terrorista” e a vertente a atacar é a rampa principal, em “paralelo”.
Já em São Sebastião, ainda há quem tente demover os mais “maus”… Contudo, em vão. Iniciam-se os 2,2 Kms a 12,2 % de inclinação média, com 400 mts, duríssimos, a 17 % e um máximo de 22%.
O Pedro arranja nova desculpa (tanga…) para não “sofrer” (mete-se ao telemóvel e diz que tem de bazar) … … … mas o pessoal continua.
O Isidoro conseguiu percorrer 4 metros integrado no pelotão, mas após tão intenso esforço, “encostou” e meteu o seu “passo de veterano”, ao qual tem dado muito uso nos últimos passeios... Um pouco à frente, aí após mais uns 8 metros, é o Paulo Sousa que também fica a “ritmo de peregrino”.
Continuo com o Filipe, em “ritmo ruim”, e vamos conversando sobre a última vez que pedalámos por aqui. Ele diz-me que vai tentar “fugir” à cruz e à âncora, as quais, até ao campo de futebol, parecem entregues ao Paulo e ao Isidoro. No entanto, somos caçados pelo primeiro, que também se mete na conversa (quem o viu por aqui da última vez, dificilmente acredita que a criatura do passado seja a mesma!).
O ritmo “endurece”… Vou conversando com o Paulo e quando olho para o Filipe vejo-o … “verde”!! Sorrio, recordando a valente “coça” que ambos me deram há uma semana, em Bolores. “Vomita-nos” um até já, que vai seguir num passo mais lento, e parece meter a marcha-atrás. Terá, certamente, seguido naquele seu passinho tão peculiar, denominado “um quarto de passo de caracol”. Assim é que dá gosto ver-te…
Sigo com o Paulo que só deixa de me acompanhar no “tormento” final. Aí, digo-lhe que vou a fundo e meto a passada “no limite”. Sempre acima das 190 bpm, com pico máximo nas 202 na passagem pela zona mais íngreme (22%). Esta rampa final é demolidora… E parece não ter fim… Numa só palavra: Divinal!
Quase sofro um colapso antes de chegar ao alcatrão, já no topo, mas lá me arrasto até ao final. Desta vez não tenho esse “turra mau” chamado Hugo à minha espera. Dou uma volta à capela e encaro o Paulo e o … Pedro (!) já no topo. O Pedro arrancou lá debaixo em ritmo “tresloucado”, após o telefonema, e conseguiu passar o Isidoro e o Filipe. Este chega também, todo “torcido”, ainda meio esverdeado e muita rezingão: …e que devíamos ter ficado lá em baixo … e que é duro … e que dói … peka, peka … peka, peka … Isto das lamúrias deve ser um qualquer efeito secundário de quem arrasta a âncora…
Ainda a ouvir os seus queixumes vou descendo no encalço do Isidoro… Por onde andará… Desço… Desço…
Já no “paralelo”, lá o descubro, em pé, sobre os pedais, na zona mais íngreme, dando uso às 6 arrobas… Nem pia… Meto-me ao seu lado e vou “vendo” a “ferrugem” que lhe salta das articulações, enquanto carrega a “pesada cruz”! A coisa segue, penosa… Chegado ao alcatrão (aqui já são bem audíveis os queixumes do “resmungão”, lá no topo…) pia qualquer coisa: “… ‘tou muita fraquinho…” …
Quase chora, quando vê o último topozito que precede o largo da capela. Por fim, larga a bicicleta e deita-se todo refaltelado na relva… Custou, mas foi. Um espectáculo, este camarada. E lá largou: “O Giro do Socorro é fixe! Só é pena ter de se subir ao Socorro.”
Após pausa de descontracção, piadolas e … muita resmunguice, lá se desceu a montanha em bom ritmo (a maioria). Até Moitelas a coisa ia andando, mas aí, lá voltaram os queixumes do resmungão do dia!! “… quem disse que não é muito inclinado?! Foi o Pinto? Pois… Não perguntes a esse, pergunta a outro …”.
Mas, aqui tinha razão. Ainda são 1,2 Kms a 9,6% de média com um máximo de 15 %. Esta, a rampa do tractor, a tal, não é coisa suave (tenho de trazer para aqui os “Selvagens do Asfalto”, para verem o que é bom para a tosse… Essa “cambada de donzelas” só quer rolar…).
A caminho do Freixial, o Filipe deixou-nos, pois estava com pressa. Mas, não sem antes soltar mais uns “grunhidos”…
Seguiu-se, sempre na brida, até ao Freixial onde parámos para merendar. Ainda deu para mandar mais umas bocas. O sacrista do Pedro, ao dar uma migalha a um pinto que por ali andava, ainda mandou a seguinte bojarda ao ver o bicho a fugir dos outros com a migalha no bico: “Vai a fugir para o cimo dum monte, para não dar nada aos outros!”. Rimo-nos à brava desta cena.
Para terminar em beleza, subimos os Cow-boys (este troço não está no gráfico de altimetria), já um bocado “desengonçados”, e lá chegámos a Loures, já passava das duas da tarde.
Aproximadamente 70 kms percorridos a 14 Km/hr de média e 1.500 mts de ascensão acumulada, para mais um giro inesquecível. Tão longo e duro quanto belo e divertido. A repetir neste semestre, com toda a certeza.

Peregrinos (por ordem de “empeno”): Isidoro, o “ferrugento”; Filipe, o “resmungão”; Pedro Lopes, o “tangas”; Paulo Sousa, o “reencarnado”; Pinto, o “trapezista”.

Pintaínho

segunda-feira, junho 05, 2006

À descoberta da Costa da Caparica

Depois de uma sexta-feira com três espectáculos magníficos, Rui Veloso, Santana e Roger Waters que fizerem com que, só fosse para a cama,às quatro e tal da manhã de sábado, tornou-se inviável qualquer passeio de BTT nesse dia, quase comprometendo até, o passeio domingueiro. Rock in Rio sempre! (estive lá e foi inesquecível!).

Eis que às 16.30h de domingo, resolvo preparar o barco, levantar a âncora e rumar do lago Infantado, à descoberta do porto da Costa da Caparica.
Munido das respectivas cartas e outros utensílios deveras necessários, como a bússola e o astrolábio, lá vou eu...objectivo; chegar à Costa, mergulhar e voltar para o Infantado.
Devido ao adiantado da hora por um lado, 16.30h muito calor, e por outro, pouco tempo para efectuar toda a Rota de modo a chegar ao Infantado, ainda com a luz do dia presente, havia que escolher o caminho mais directo.
O navio como todos sabem, trata-se de um Cannondale, de um cavalo de potência, equipado com uma âncora demasiado pesada. O vento no sentido, Infantado – Costa, soprava bem forte, dificultando a progressão. Depois de ter saído do grande lago Infantado, sigo pelo rio da Ponte Frielas até ao Olival Basto. Tendo iniciado a partir daí, a subida daquela soberba cascata que dá pelo nome de Calçada Carriche. Entro então no Rio Padre Cruz onde a determinada altura me debati com a presença de alguns animais indesejados, tais como, crocodilos...era importante que o barco não se afundasse, se algo de inesperado acontecesse, seria a morte do artista, e lá falharia mais uma importante viagem de um navegador português, esta porém, em pleno século XXI.
Após aquele rio tortuoso e, depois do grande lago do Campo Grande, cheguei ao rio Entre-Campos onde teria que aportar e ser rebocado na travessia do grande Tejo (disseram-me que não seria possível um navio como o Cannondale, fazer a travessia em condições de segurança, sem acompanhamento técnico).
O reboque passou por algumas dificuldades, não conseguia progredir facilmente, devido ao peso da âncora. Mas, lá chegámos ao porto do lado de lá do rio, onde teria que navegar pelo grande afluente do Tejo, que dá pelo nome de Via Rápida ou IC20 que desagua no Oceano Atlântico, junto ao porto da Costa da Caparica.
Uma vez chegado à Costa, cumpriu-se o ritual próprio destes momentos, o içar da Bandeira e o mergulho da praxe, nas águas nunca antes mergulhadas.
No regresso utilizou-se a mesma rota para não haver enganos e ao mesmo tempo aproveitar o vento de feição.
A chegada ao lago Infantado deu-se pelas 20.35h, mais uma vez, tivemos uma recepção em apoteose por parte da população que nos esperava, acenando com bandeiras e outros artefactos em prefeito delírio.
A Rainha em representação do Rei, deu os parabéns e houve lugar a um abastardo jantar em comemoração do feito.

O Navegador,

Álvaro Vieira

terça-feira, maio 30, 2006

Rota dos "fraquinhos"

Nem cruzes… Nem âncoras… Apenas esforço, suor e lágrimas…

Desta vez, assistiu-se a uma divisão dos “pedalantes” pelos dois dias do fim-de-semana!
O sábado ficou reservado para os mais “fraquinhos”!
No domingo, a “Brigada dos Canhões” terá imposto, certamente, o seu “ritmo avassalador”, hoje em dia tão famoso!

No sábado, quem apareceu teve a companhia de um colega novo (Pedro Lopes), que pedala habitualmente com um grupo de Santo António dos Cavaleiros.
Para lhe mostrarmos o quão “fraquinhos” somos, rumamos a Montemor...
Subimos pela estrada asfaltada do Palácio do Correio-Mor, só parando após aquela rampa dos 25, que tanto “prazer” nos dá…
Na descida técnica que temos por hábito fazer de seguida, o magnífico Ricardo mostrou-nos … o que não se deve fazer …
Ao abusar do travão dianteiro experimentou a solidez das pedras rolantes que por ali abundam… Nota-se que tens andado atento às acrobacias mais recentes do Biker…
Já alguém, num passado não muito longínquo, falou em rodinhas auxiliares…
Fala com o L-Glutamina, que disso, percebe ele…
Depois de recuperado do susto (não fiques assim… algum dia irás conseguir…), lá se prosseguiu para Vale de Nogueira.

Ascendemos as Sardinhas em bom ritmo, imposto alternadamente pelos companheiros Evaristo e Pedro Lopes (ninguém diria que o primeiro monta … um “canhão”).
A caminho de A-dos-Cãos, o Pedro “resolveu” tomar um trilho alternativo para Aruil, perdendo a incrível descida em que o recorde de quedas por metro quadrado do Paulo Borges continua intocável (mas, desta vez, também fui “apanhar amoras”…). Não sei que raio de bicho lhe terá mordido, para andar para ali no meio do monte armado em “turista”!! Talvez a volta não estivesse a ter a dureza suficiente…

Em A-dos-Cãos, após complicado reagrupamento, lá se trilhou para Bolores pelo “Trilho da Canoa” onde as malditas carraças nos fazem chegar ao topo como autênticos “carraceiros”. Seguiu-se para Monfirre até ao Vale do Inferno, de maneira a atacar a infernal “parede” da Choutaria. Sempre em fila indiana, a coisa estava a correr bem…
No “troço das pedras”, quando ia eu na frente e para mostrar a todos como é, “marrei” logo na primeira que encontrei… Todos foram apeando, excepto o Pedro Lopes que se aguentou em cima do “bicho” até ao último gancho, onde a sorte tem influência determinante. No topo parecia haver quem acusasse já alguma fadiga…
O Evaristo encostou-se a um enorme eucalipto e foi complicado “descolá-lo” dali! E quando o cheiro de um grelhado nos assaltou … ui … era hora de regressar.

Ainda se passou por Montemuro, onde não se “tocou” o topo, continuando para Carcavelos e Fontelas, sempre por asfalto. Aqui, queríamos enveredar num trilho espectacular, mas a vegetação não o permitiu! Aquilo parecia a selva!
Lá fomos até Ponte de Lousa por alcatrão, trilhando à Murteira pelo Campo de Tiro. Ainda aproveitámos para visitar um “fraquinho” que em vez do “martírio” anda a dedicar-se a outras “religiões”…
Até ao Infantado foi um ápice, perfazendo-se aproximadamente 40 Kms com um desnível acumulado de … … 1.125 mts! O “turista” estava … radiante!!

Neste giro, participaram: Pedro, o “turista”; Ricardo, o “rodinhas”; Evaristo, o “eucalipto”; Pedro Lopes, o “equilibrista”; Pintainho, o “marrão”.

Notas:
1 - Avisam-se todos os “pedalantes” que aparecerem, para andarem de olho no “turista”, pois de vez em quando dá-lhe na veneta e lá vai ele … a solo … montes fora … acrescentando metros …
2 – Este passeio foi “estranho” … sentiu-se sobremaneira as ausências do “Peregrino” e dos habituais queixumes e lamúrias “do da âncora”…

Pintainho 27/05/2006

segunda-feira, maio 22, 2006

O Giro da Toupeira

No Nanni, logo pela manhãzinha, estava refastelado o Fantasma, com indumentária “formal”. Mas, quem estivesse mais atento, notaria que por baixo trazia a roupa de btt. A bicicleta estaria escondida algures.
Observava, com atenção, a “ruindade” que ia “chegando”, para fazer “contas à vida”. Com o passar dos minutos foi empalidecendo e quando se começou a falar de Montemor, ficou sem cor… E no infeliz momento em que alguém proferiu a palavra “… Socorro …”, quase se engasgou e não conseguiu conter uma lágrima…
E depois lá tomou a decisão mais sensata: “Vou andar amanhã, com uns “fraquinhos” com o meu andamento…”
Também há quem afie o dente por aqui…
Mas, não tenhas medo…
Quando apareceres … sou eu a escolher os trilhos…

Quem chegava não parecia estar pelos ajustes de enfrentar novo Roteiro Feminino, pelo que se decidiu “girar” para Belas. “Deixaram-me” escolher a opção para atacar Montemor … mas, não voltarão a repetir o mesmo erro…
Atacou-se a primeira dificuldade pela pior vertente (im)possível! Uma “parede longa” com cerca de 15% de inclinação média e alguns pontos a 20. E um piso com muita pedra! Tão complicado, como divertido…
No topo, ninguém se queixava do habitual “frio” matinal. Contudo, foi notório que o Biker, o Álvaro e o Pedro não acharam muita piada à “gracinha”, logo no início do passeio…

Seguiu-se em direcção a Belas, em bom ritmo ou não fosse o Hugo a conduzir o “comboio”.
Fizemos umas curtas rampas cheias de calhaus onde todos diziam “Ai o Blog… Ai o Blog…”, mas todos meteram, em algum momento, o pezinho no chão. E deu para descobrir que a roda da frente também serve para empurrar calhaus…
Mais à frente, alguém se armou em “toupeira” metendo-se num túnel interminável…
Lá dentro, o objectivo era apontar a roda dianteira àquela luzinha que se via ao fundo do túnel. Atrás do vulto do L-Glutamina, ia-me rindo do seu ziguezaguear, esperando a qualquer momento que se “chapasse” mesmo nas minhas barbas…
Como castigo divino, fui eu que experimentei a textura do “tubo”…

Perto do campo de Golf, numa descida cheia de regos e quando acartava a famosa cruz do nosso peregrino Sousa, vejo o da âncora a meter o “canhão” dentro de um deles … e a sair disparado para um enorme ervado! O gajo, parecia que ia “poisar” em pé, mas mandou um artístico bate-cu para dentro de um enorme buraco… Era tal a dimensão do dito, que ele enfiou-se lá dentro com a âncora e tudo… Não consegui deixar de soltar uma valente gargalhada, ao ouvir o gajo a implorar: “Ajuda-me a sair daqui…”.
Do trilho só se viam os pés no ar… Não sei como são as minhas, mas esta queda foi das mais cómicas que já vi! O grande “artista” até parecia que estava a escolher o melhor sítio para se “sentar”!

Continuamos a andar, partilhando a descoberta pelo Álvaro do décimo nono buraco do campo de golf com os restantes elementos.
O Hugo conduziu-nos a uma longa subida, onde o Álvaro utilizou a sua já famosa “táctica do prego”… Depois, confrontado com uma bifurcação, preferiu o trilho do Hugo ao meu!! Boa opção, rapazinho… o meu era mais curtinho… mas tinha uma “gracinha” daquelas… (…já não consigo enganar ninguém…)

Aqui, iniciamos o retorno ao Infantado, pelos mesmos trilhos por onde se tinha vindo. Ainda deu para o Ricardo ter um furo, perto de Vale de Nogueira. No final, em Montemor, meti-me na cabeça do grupo numa descida muito técnica, indo o tempo todo a ouvir o Biker a “sarnar-me” o juízo (“… metes-te aí nesse trilho manhoso … e tal … que vais devagar … sai da frente … só estorvas …”), mas numa curva, o gajo fez batotice, pois continuou no trilho!! Eu ia a “conduzir”, portanto, se me meti nas “couves” … era para toda a gente ir por ali …
Ninguém me compreende…

Já em Loures, tornou-se evidente que ia haver sprint final!! Eu, para tirar notas para o Blog … e para dar hipótese a outros elementos … (ou só uma delas) … deixei-me ficar um pouco para trás…
A disputa era entre cinco elementos: O Biker, o Hugo, o Isidoro, o Álvaro …. e a âncora. Não sei bem quem ganhou, mas o recurso ao foto-finish deve dar a vitória ao Hugo … ou à âncora… pois os outros três não suportaram o ritmo.

Foi mais uma manhã bem passada, com aproximadamente 41 Kms a 13 de média e 910 mts de desnível de subidas acumulado.

Neste giro participaram as seguintes Toupeiras: L-Glutamina, Pedro, Ricardo, Pintainho, Isidoro, Biker, Álvaro, Hugo.

Notas:
1- Os meus parabéns ao Paulo Sousa que se livrou da Cruz por razões a congratular.
2- O L-Glutamina já não precisa de rodinhas auxiliares na bicicleta! Pela primeira vez o vi ultrapassar inúmeras dificuldades com distinção! O urânio terá influência, certamente…
3- O Pedro anda louco com a altimetria!! Para ele não existem voltas com menos de mil de acumulado… No final queria subir… Montemor!!!
4- O Ricardo … anda a precisar das rodinhas auxiliares do L-Glutamina…
5- O Isidoro … anda muito fraquinho!
6- O Biker tirou uma folguinha das “limpezas de trilhos” (com os joelhos) que tem feito ultimamente…
7- O Álvaro … anda com dificuldades em arranjar desculpas novas!! E esses constantes furos nas subidas… Huuummmmmm…
8- O Hugo … tem de deixar de ter pavor das subidas, escolhendo trilhos para homens de barba rija!! Na escala dos Roteiros, este giro seria Infantil!! Se não te metes a pau, o Pedro torce-te o pescoço…

Pintainho 20/05/2006

quarta-feira, maio 17, 2006

Os três Roteiros: o Masculino, o do Peregrino e o … “Feminino”!

Mais uma vez, logo no ponto de encontro habitual (Nanni), notou-se que o “espírito” estava presente quando chegou o Álvaro … atrasado … a queixar-se que tinha dormido mal, que tinha sono, que estava cansado, que tinha fome … e que tinha um furo!
E enquanto foi tomar o pequeno almoço, confortavelmente refastelado numa cadeira, lá foi o Borges mudar-lhe a câmara! É esta a atitude que se quer! Eh, eh!

Começou a pedalar-se pelo habitual caminho esburacado que leva ao Tojal, pela lezíria. A malta parecia torcer o nariz a tudo o que se assemelhasse a uma subida. A conversa ia animada, de gargalhada em gargalhada, sobre os sarcásticos comentários do Blog e do Site, o que nos fez chegar a Vialonga com mais dores na barriga que nas pernas.
Iniciou-se a ascensão em direcção à pedreira, que não pareceu muito do agrado do Sousa. Farto de carregar a cruz, que tanto o tem apoquentado desde o seu retorno ao “martírio”, sentiu as tonturas típicas dos mais dedicados peregrinos, que o obrigaram a apear e a descansar durante uns minutos.
Restabelecido o dito, lá se continuou a subida, bem complicada devido ao piso poeirento.
Depois, uma paragem por furo meu. O Sousa continuou a subir, a solo. O Álvaro ficou com o grupo, mas quando montou a “bichana” lá deixou escapar: “Bolas! Agora fiquei eu, a âncora e os galifões!”
Mas, pedalou-se por ali acima sempre em grupo.
Fez-se o “trilho da catana” em sentido inverso ao costume. Pena foi que ninguém visse a cena do Álvaro a mandar-se para cima dos picos…
Depois “triturou-se” a grande velocidade o espectacular trilho de Monte Serves para Vila de Rei, seguindo-se por asfalto até Bucelas onde o Borges e o Álvaro decidiram retornar a Loures por alcatrão. O desnível ascendido acumulado era, então, de 475 mts. Era neste ponto que terminava o Roteiro “Feminino”!

Os restantes continuaram para os lados da Bemposta. Deram-me rédea solta … e eu, como é da praxe … abusei! Muito sobe e desce até ao Freixial, indo pelas vinhas em vez dos trilhos (para apreciar mais de perto a natureza…).
Do Freixial rumou-se a Ribas, pelo trilho dos Cow-Boys. O Sousa lá ia resistindo, mordendo a língua e cerrando os dentes. Parecia um verdadeiro cow-boy, amaldiçoando os “índios” que iam na frente. No topo, decidiu descer para Loures. Aqui terminava o Roteiro do Peregrino.

Sobravam três (de novo, sem qualquer Infante…)! Eu, o Isidoro e o Pedro, que se encontra numa magnífica forma física.
Fui escolhendo o caminho, não me fazendo rogado … olhando de soslaio o Cabeço.
Numa descida em Ribas, enfiei-me numa cratera, conseguindo “saltar” da bicicleta. Logo atrás, o Isidoro, qual trapezista, lá conseguiu continuar montado. Aprendeu de uma vez por todas que, a descer, ir na minha roda é uma autêntica aventura!
Até ao Casal do Andrade, pedalaram-se rampas extremamente técnicas, onde o Pedro nos mostrou a “arte da veterania”!
Atacou-se o topo do Cabeço, com alguma relutância da parte do Pedro. O Isidoro, repentinamente possuído por algum “espírito maldoso” (não sei que raio de bicho lhe mordeu…), entrou com a gáspia toda! Foi sempre num ritmo duríssimo … mas, quando olhou para a curva à esquerda antes da rampa dos 25, começou a ficar para o esverdeado… Eu, a rir-me da situação, disse-lhe que, já que o ritmo até ali tinha sido tão lento, ia “trepar” pesado, em força, ao que o “artista” respondeu: “Hoje prefiro ir devagarinho!”
Ah … pois … para esta desculpa esfarrapada, mais valia ter virado para o Atalho do Borges.
Após paragem no topo, trilhou-se até às Salemas onde o Pedro me chamou a atenção para o desnível acumulado de subidas, que ia nos 950 mts. Estava a pensar subir “qualquer coisa” para chegar aos mil! Eu não estava nada preocupado com isso … pois, quem encabeçava o trio era o Isidoro…
Meteu-nos por umas veredas manhosas, cheias de dificuldades, onde o que mais se ouviu foi: “Ai o Blog… Ai o Blog…”
Após uma conversa animada sobre couves e alfaces com o Isidoro, numa descida, “resolvi” ir ver algumas mais de perto…
Na Murteira livrámo-nos do “jovem” Isidoro e continuamos até Loures, por A-das-Lebres. Tinham-se pedalado 46 Kms a 12,5 de média, com um desnível acumulado de … 1.074 mts! Era o final do Roteiro Masculino.

Neste Roteiro participaram: o trio Masculino (Pedro, Isidoro e Pintainho); o valente Peregrino (Paulo Sousa) e o duo “Feminino” (Álvaro e Paulo Borges).

Nota: um abraço ao Biker, que não pode comparecer devido ao “cansaço” originado por andar a “limpar” os trilhos ao pessoal … com os joelhos!!

Pintainho

domingo, maio 07, 2006

REVELAR O MISTERIO DA CAPA AMARELA

Confesso que hoje não estava com aquela particular inspiração para escrever, a responsabilidade era muita, basta ver os excelentes escritos constantes no blog.
A pedido de várias famílias e inspirado por algumas músicas do Variações, decidi então escrever umas linhas sobre a habitual volta matinal de sábado.
Neste sábado havia algo de especial no ar, não fosse hoje o dia da prova rainha da maratona, os 100km de Portalegre. Era também a oportunidade ideal para fazer um balanço sobre o fim-de-semana anterior, que teve a ida ao socorro e o passeio de Vila de Rei.
O estado de espírito à partida estava animado e havia a intenção de fazer o percurso do passeio da Manjoeira, o que só veio a acontecer em parte. Rumamos em direcção à lezíria para um ligeiro aquecimento, antes das subidas que se avizinhavam.
O facto de uma fotografia do grande Álvaro Vieira estar publicada na Bike Magazine, foi motivo de grande animação, que durou até Pintéus, onde o silêncio foi total, talvez motivado pela inclinação.
Rumamos depois em direcção a Casaínhos com todos os participantes a subirem com distinção até ao topo da serra. Optamos então por descer pelo famoso single track das pedras, ou single track arranca desviadores, vocês sabem daquilo que estou a falar, hehehehe.
Embora a alergia ao asfalto seja muita e essa massa pegajosa faça mal aos pulmões, subimos através do dito cujo até ao magnifico planalto, onde a vista sobre a lezíria e o Tejo é digna de um postal ilustrado, havendo mesmo alguém ali a acampar.
O caminho até Montachique foi feito em bom ritmo e sem grandes incidentes. A subida até ao cabeço foi feita novamente através dessa massa preta que nada gostamos, mas enfim, as opções não eram muitas. Na última rampa onde a inclinação é elevada, algures entre os 20 e os 30%, muita gente passa mal, e foi ai que um dos elementos do grupo decidiu avariar a sua canon, para descansar é claro, hehehe. O arranjo foi demorado e hilariante, possibilitando a recuperação das forças, dando-se então o grande acontecimento do dia. O mecânico que é um bom mecânico deitou-se na estada, como que muda o óleo a um carro e sem ninguém o esperar decide desvendar o mistério da capa amarela, que convém dizer é um pouco “bichanada”, ao retirar a dita cuja, eis que surge à luz do dia um resplandecente e puro-sangue, desviador traseiro de raça XTR.
O espanto foi geral, mas lá partimos descendo em direcção a Lousa com o PB, com o seu XTR de cabelos ao vento, impondo o seu domínio nas descidas.
Em Lousa subimos na direcção de Carcavelos, pela famosa subida dos regos, de água é claro, porque dos outros nem vê-los por aquelas bandas. Iniciei a subida na frente do grupo e por lá me mantive, mas a certa altura ouvi atrás de mim um ruído, do tipo, um resvalar de pneu, com a consequente queda do seu utilizador, e perguntam vocês, quem foi? O Chicken Little é claro, que ali já por varias vezes riscou a pintura. Sempre preocupado com o bem estar dos companheiros, perguntei se estava tudo bem e ouvi um sim, ai foi mais forte que eu, tive de soltar uma gargalhada, desculpa Pintainho, mas é bom sinal, significa que não te magoaste.
Descemos o vale em direcção à Ponte de Lousa, onde largamos as cruzes e as ancoras, sei que estou a ser mauzinho, mas pronto faz parte.
Fomos então fazer a aprensentação ao Paulo Borges e ao Ricardo da terrível subida do Casal das Oliveiras para Bolores. De facto aquilo é terrível e talvez mesmo impossível de subir montado na bike, não posso no entanto deixar de referir fui quem subiu maior distância em cima da montada, ter força é importante mas a técnica ajuda muito.
Uma vez no topo, já bastante fatigados, descemos até à estrada da Ponte de Lousa, pela espectacular e alucinante descida das “antas”, que foi feita em velocidade cruzeiro, foi delicioso.
Até final ainda houve tempo de passar pela Murteira e de reparar um furo na minha montada.
Uma palavra final para o nosso repórter fotográfico Paulo Borges, sempre no sítio certo na altura certa para fotografar, os mais atrasados é claro, hehehehe.
À partida do infantado alinharam Paulo Sousa, o da cruz; Álvaro, o da âncora; Ricardo, o tractorzinho; Paulo Borges, o do handicap; Biker, o gladiador; Pintainho, o do “paralelo”; Sérgio o “tartaruga”

Filipe Nunes “Biker”