Infantrilhos

Somos um grupo de amigos residentes no Infantado, concelho de Loures, unidos pela vontade e pela paixão da prática do BTT, desde 1996, em busca de momentos intensos de aventura, convívio e descoberta do melhor que a natureza nos tem para oferecer.

domingo, maio 07, 2006

REVELAR O MISTERIO DA CAPA AMARELA

Confesso que hoje não estava com aquela particular inspiração para escrever, a responsabilidade era muita, basta ver os excelentes escritos constantes no blog.
A pedido de várias famílias e inspirado por algumas músicas do Variações, decidi então escrever umas linhas sobre a habitual volta matinal de sábado.
Neste sábado havia algo de especial no ar, não fosse hoje o dia da prova rainha da maratona, os 100km de Portalegre. Era também a oportunidade ideal para fazer um balanço sobre o fim-de-semana anterior, que teve a ida ao socorro e o passeio de Vila de Rei.
O estado de espírito à partida estava animado e havia a intenção de fazer o percurso do passeio da Manjoeira, o que só veio a acontecer em parte. Rumamos em direcção à lezíria para um ligeiro aquecimento, antes das subidas que se avizinhavam.
O facto de uma fotografia do grande Álvaro Vieira estar publicada na Bike Magazine, foi motivo de grande animação, que durou até Pintéus, onde o silêncio foi total, talvez motivado pela inclinação.
Rumamos depois em direcção a Casaínhos com todos os participantes a subirem com distinção até ao topo da serra. Optamos então por descer pelo famoso single track das pedras, ou single track arranca desviadores, vocês sabem daquilo que estou a falar, hehehehe.
Embora a alergia ao asfalto seja muita e essa massa pegajosa faça mal aos pulmões, subimos através do dito cujo até ao magnifico planalto, onde a vista sobre a lezíria e o Tejo é digna de um postal ilustrado, havendo mesmo alguém ali a acampar.
O caminho até Montachique foi feito em bom ritmo e sem grandes incidentes. A subida até ao cabeço foi feita novamente através dessa massa preta que nada gostamos, mas enfim, as opções não eram muitas. Na última rampa onde a inclinação é elevada, algures entre os 20 e os 30%, muita gente passa mal, e foi ai que um dos elementos do grupo decidiu avariar a sua canon, para descansar é claro, hehehe. O arranjo foi demorado e hilariante, possibilitando a recuperação das forças, dando-se então o grande acontecimento do dia. O mecânico que é um bom mecânico deitou-se na estada, como que muda o óleo a um carro e sem ninguém o esperar decide desvendar o mistério da capa amarela, que convém dizer é um pouco “bichanada”, ao retirar a dita cuja, eis que surge à luz do dia um resplandecente e puro-sangue, desviador traseiro de raça XTR.
O espanto foi geral, mas lá partimos descendo em direcção a Lousa com o PB, com o seu XTR de cabelos ao vento, impondo o seu domínio nas descidas.
Em Lousa subimos na direcção de Carcavelos, pela famosa subida dos regos, de água é claro, porque dos outros nem vê-los por aquelas bandas. Iniciei a subida na frente do grupo e por lá me mantive, mas a certa altura ouvi atrás de mim um ruído, do tipo, um resvalar de pneu, com a consequente queda do seu utilizador, e perguntam vocês, quem foi? O Chicken Little é claro, que ali já por varias vezes riscou a pintura. Sempre preocupado com o bem estar dos companheiros, perguntei se estava tudo bem e ouvi um sim, ai foi mais forte que eu, tive de soltar uma gargalhada, desculpa Pintainho, mas é bom sinal, significa que não te magoaste.
Descemos o vale em direcção à Ponte de Lousa, onde largamos as cruzes e as ancoras, sei que estou a ser mauzinho, mas pronto faz parte.
Fomos então fazer a aprensentação ao Paulo Borges e ao Ricardo da terrível subida do Casal das Oliveiras para Bolores. De facto aquilo é terrível e talvez mesmo impossível de subir montado na bike, não posso no entanto deixar de referir fui quem subiu maior distância em cima da montada, ter força é importante mas a técnica ajuda muito.
Uma vez no topo, já bastante fatigados, descemos até à estrada da Ponte de Lousa, pela espectacular e alucinante descida das “antas”, que foi feita em velocidade cruzeiro, foi delicioso.
Até final ainda houve tempo de passar pela Murteira e de reparar um furo na minha montada.
Uma palavra final para o nosso repórter fotográfico Paulo Borges, sempre no sítio certo na altura certa para fotografar, os mais atrasados é claro, hehehehe.
À partida do infantado alinharam Paulo Sousa, o da cruz; Álvaro, o da âncora; Ricardo, o tractorzinho; Paulo Borges, o do handicap; Biker, o gladiador; Pintainho, o do “paralelo”; Sérgio o “tartaruga”

Filipe Nunes “Biker”

9 Comments:

At 7:10 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Se o nosso desempenho ciclístico fosse proporcional à escrita; caramba... seríamos insuperáveis! Isto está cada vez melhor! Lamento que não tenhas escrito que na subida dos "regos", saí cá atrás para morder os calcanhares ao Chicken Little e conseguir passar chegando ao topo atrás de ti (se tivesse + 100 m também mordia os teus). Ainda bem que não havia "fiscalização" porque...sim é verdade(!), cometi uma pequena infracção ao nosso Pinto. Já que estamos nas gabarolices, estou a estranhar! Essa de "ah e tal subi até mais longe porque tenho força e mais técnica" não serve! Ou faz ou não faz, sem por o pézinho. Ganhos parciais não contam meu amigo! Sugiro que façamos uma colecta entre todos para comprar um presunto para entregar ao super-homem que cometa a proeza (até ver, acho impossível) de subir a dita cuja sem auxiliar daquela velocidade que é igual para todos, a pé! Abraço

 
At 7:34 da tarde, Anonymous Anónimo said...

De facto foi uma falha não ter relatado esse grande momento da subida dos "regos", quando o Pintainho foi agarrado e placado por ti hehehe.
Sabes, não podia deixar de relatar o que aconteceu na subida do "presunto", foi a 3ª vez que a subi e tambem a vez que percorri uma maior distancia em cima da "burra", no entanto desde o 1º momento que a achei impossivel de subir na totalidade, pedalando.
Quando à capa foi o tema central porque não me lembrei de melhor, não te esqueças de voltar a coloca-la, aprisionando e retirando a luz do dia aquele lindo exemplar XTR.

 
At 1:18 da tarde, Anonymous Anónimo said...

É engraçado como as crónicas redigidas neste blog nos fazem reviver as sensações do passado! E também nos proporcionam a visão do redactor!
Um abraço ao Biker pela exposição da sua visão da “coisa”. Não estavas com disposição (?), mas o relato saiu muito bem!
Também tem piada ver o efeito que o blog tem na atitude de cada elemento (“Eu não quero a cruz…” ; “Eu já carrego a âncora…”, …)

“Sigle track arranca desviadores”…..
Hennnnnnnnnn….
… não tou a ver…

Desta vez foi-nos facultada a visão do “armamento” dum “canhão”! E após aquela demonstração … esse “canhão” passou a “arrastar-se” bem mais rapidamente … tanto que me “cilindrou” na rampa de Carcavelos!! Se houve infracção (carga de ombro é legal) … foi por excesso de velocidade! Motas fora dos trilhos, já!
E ainda aceitou (!!!) o masoquista desafio de enfrentar o “muro”! O “tal”!!

Na rampa de Carcavelos, definitivamente, dou-me mal com aqueles regos! Prefiro os outros…
Essa de termos largado as cruzes e as âncoras está demais!! Alguém se acusa?

O ataque a Bolores, por aquela vertente, é pura loucura … mas não há provas de que seja impossível (nem do contrário! Eh, eh!). Fui sempre na roda do Biker (está a tornar-se um hábito…), cheguei “lá” (ao ponto “engraçado”!) fresquinho que nem uma alface, mas não deu pa passar… Também começo a duvidar… Pela sexta vez derrotado … mas, não será a última…
Se algumas vez subir “aquilo” vou logo directo a Almeirinhos, subir uma … pior!!

Notas:
1- Vou aqui fazer uma inconfidência. Quando estava no topo do Cabeço, vi o Borges, em manifestas dificuldades, na rampa dos 25 (ele não está habituado, costuma ir por um atalho! Lembram-se?), a encavalitar a corrente na roda! ‘Tão a topar? E obrigou-nos (a todos!) a subir “aquilo” duas vezes! Duas!! Pois rapazinho, pelo meu handicap … ficaste em último … com a cruz e a âncora!!
2- O Biker anda mesmo a surpreender-me! Aliado à excelente forma evidenciada nos últimos giros (anda possesso!) foi na minha cantiga de ir ao “muro”, sabendo o que o esperava!! Não sou o único “louco” por aqui…
3- Não sei se já repararam, mas o camarada Ricardo tem muita pedalada! Lembra-vos alguém??
4- O Álvaro ainda ri nas subidas, pois “vem gente atrás!”, mas é melhor começar a olhar por cima do ombro com muita atenção… E foi uma pena não teres ido ao "muro", pois o teu tractor apareceu por lá!
5- O Sousa … já consegue pedalar e conter as lágrimas, simultaneamente!
6- Sérgio, o “tartaruga”? Isso, foi em Sintra…
7- Já que não fui a Montejunto, obrigado por irem ao “muro”.

 
At 5:54 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Depois de confirmar que a foto da Bike é mesmo minha, como sabem, só os melhores é que aparecem nas revistas (ainda dizem que é o âncora, eheheh!), lá tive que recusar alguns contratos milionários propostos pelas entidades do costume: BES e BPI.
Quanto ao passeio tive muita pena de não poder arrastar a minha âncora nessa magnifica parede, de fazer inveja a qualquer trepador da famosa subida de montejunto. Fica para a próxima!
Mesmo assim, considero que a volta foi mais uma vez espectacular, aliás como já vem sendo hábito, espero também, que o número de participantes continue a aumentar, trata-se do Infantrilhos e amigos no seu melhor!
Por falar de infantrilhos, alguns dos elementos que participam habitualmente nos passeios (dada a frequência com que o tem vindo a fazer) em minha opinião, estão quase a ser promovidos a membros do grupo, isto caso não se importem de fazer parte de tão importante organização do panorama Betetista Nacional.

Tenho dito ou por outra tenho escrito!

Um Abraço

 
At 6:58 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Fazer parte do Infantrilhos?!
Yuuppppiiiiiiiiiiiiiii…
Isso quer dizer que posso começar a pedalar mais devagarinho?!
Eh, eh!!

Dá-me um gozo danado ser … “turra”! Eh, eh…

 
At 7:03 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Boas quero desde já vos dar os parabéns, a descrição que fazem do passeio de sábado, além de muito bem feita vem acompanhada de muito humor. Já agora quem é que é o "tartaruga"? Não posso deixar de dizer que foi a primeira vez que alinhei com esta malta e que gostei muito, pessoal muito unido e divertido, sem dúvida que quero voltar a partilhar aqueles trilhos saloios com alguns "gajos" armados em humoristas.Ah,já agora aquela capa amarela, hummmm, não sei não.

 
At 10:11 da tarde, Anonymous Anónimo said...

A coisa está animada, penso que esta parte do blog é um óptimo método de completar os passeios de BTT e manter o espírito animado. Espero é claro que estes artigos e respectivos comentários não sejam novamente arquivados no arquivo morto hehehe.
Agora já temos no grupo um elemento colunável, ou seja que aparece nas revistas, deve ser da sua montada nova, ou então será da âncora?

 
At 11:39 da tarde, Blogger Ricardo Costa said...

Olá a todos, gurus da roda cardada! Estive a ler a crónica, da autoria do Pintaínho, sobre a volta da Serra do Socorro e não resisto a dar-lhe os parabéns pela excelente prosa.
Ainda para ti Pintainho, foi pena que não estivesses presente no último domingo em Montejunto, pois foi uma grande jornada de ciclismo. Mas outras ocasiões certamente não irão faltar.

 
At 12:37 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Agradeço o elogio. Vindo de um “letrado” para um “numerado”, é sempre de levar em conta.
Também tive pena de não ir a Montejunto. O regresso seria … penoso…
Mas, quando arranjar uma boa desculpa … compreenderás! Eh, eh… Já andavam a afiar o dente…
Se gostaste da crónica … havias de ter ido connosco. Também tenho um “prego” para ti!
Abraço

 

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